segunda-feira, 16 de maio de 2011

Defeitos nos problemas formulados pela banca

   São frequentemente apresentados aos alunos ou concurseiros problemas
cuja verificação nos fatos da vida prática deixaria mal o
professor que os formulasse. Como exemplo deste caso, podemos
relembrar os famosos problemas sobre "construção de um
muro" ou sobre "fabrico de pano" por certo número de operários.
   Preparados sem a preocupação de adaptá-los à realidade,
acabam se tornando ridículos.
   Seja, por exemplo; 3 operários fazem um muro de 40m de
comprimento, 2m de altura e 0,25m de espessura em 15 dias; quantos
dias serão necessários para que 4 operários executem um muro
de 35m de comprimento, l,5m de altura e 0,20m de espessura?
   O resultado aritmético dessa "regra de três" dará, evidentemente,
uma solução expressa por um número de dias inferior a
15. Todavia, qualquer pedreiro rir-se-á do resultado, porque, para
fazer-se um muro de 0,20m em vez de 0,25m de espessura, gasta-
se muito mais tempo. E a razão é simples: 0,25m é a espessura
correspondente ao comprimento do tijolo; para a espessura de
(0,20m) que é um pouco menor, impõe-se o trabalho de quebrar
os tijolos segundo o comprimento desejado, o que vai exigir, para
a execução da obra, um espaço de tempo muito maior.
   A mesma disparidade entre a solução matemática e o resultado
real ocorre com o problema relativo ao fabrico do pano:
"Se tantos operários fazem certo número de metros de pano de
l,50m de largura em dado prazo, qual o tempo para, mantidas
as demais condições, se fabricar pano de 0,20m de largura?" O
resultado aritmético seria de menos de metade do tempo, ao passo
que na prática o tempo é, rigorosamente, o mesmo, porquanto
o tear não trabalha mais rapidamente em função da largura
do tecido.
   Assim como estes, inúmeros outros são os casos em que o
organizador de problemas se deve documentar previamente para
evitar absurdos sem conta.

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